Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por artrópodes, como mosquitos. Essas doenças incluem várias infecções virais que podem afetar humanos e outros animais, sendo comuns em regiões tropicais e subtropicais. Exemplos de arboviroses incluem a dengue, febre amarela, Zika, Chikungunya e encefalites.
Sim, existe uma diferença entre elas. As arboviroses podem ser classificadas em silvestre e urbana. Arboviroses urbanas referem-se especificamente a doenças em ambientes urbanos, onde condições propícias favorecem a transmissão, como é o caso da dengue, Zika e Chikungunya.
A picada da fêmea infectada pelo vírus do mosquito Aedes aegypti é a principal forma de transmissão do vírus da dengue. Pode ser transmitido, mais raramente, por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue.
O principal mosquito transmissor da dengue é a fêmea do Aedes aegypti. Ela é responsável por propagar o vírus da dengue ao picar uma pessoa infectada e, em seguida, transmitir o vírus a outras pessoas saudáveis durante suas picadas subsequentes.
Prevenir a dengue requer a redução da exposição a picadas de mosquitos Aedes aegypti. Medidas como eliminar criadouros dos mosquitos, como recipientes com água parada, utilizar repelentes e roupas que protejam a pele; instalar telas em portas e janelas; participar de programas de controle de vetores; e promover a conscientização comunitária sobre as medidas preventivas que podem ser tomadas pela população.
Não, nem todos os inseticidas são igualmente eficazes contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. O mosquito desenvolveu resistência a alguns inseticidas comuns, principalmente os encontrados no comércio composto por piretróides ou piretrinas, tornando a escolha do produto e a aplicação adequada fundamentais.
O diagnóstico da dengue envolve avaliação clínica e testes laboratoriais, como o teste de NS1 para a proteína do vírus, PCR para material genético e testes de sorologia para anticorpos IgM e IgG. É essencial procurar atendimento médico para um diagnóstico adequado. Não há necessidade da realização de exames específicos para o tratamento da doença, pois o manejo é baseado nas manifestações clínicas apresentadas pelo paciente. Podem ser utilizados também testes rápidos para detecção da proteína NS1, porém com cautela e apenas como triagem inicial de pacientes, uma vez que não podem ser utilizados como critério para a confirmação ou descarte de casos de dengue.
É importante ingerir muito líquido, como soro de reidratação oral, água, sucos, chás, evitando refrigerantes. A hidratação é o principal tratamento da dengue para evitar a evolução para as formas graves. Uma alimentação leve deve ser mantida.
Alguns remédios não devem ser tomados por quem tem suspeita de dengue. Afinal, um dos possíveis sintomas da doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é o sangramento. E essa manifestação se agrava com a ingestão de medicamentos com ácido acetilsalicílico (aspirina, por exemplo), anti-inflamatórios não hormonais ou corticóides.
Atualmente, não existe um tratamento específico para a dengue, e a abordagem terapêutica se concentra principalmente no alívio dos sintomas, na hidratação adequada e repouso. A maioria dos casos de dengue é autolimitada, e a recuperação completa é comum com os cuidados adequados.
Se há criadouros de mosquitos em sua casa, é importante tomar medidas imediatas para eliminar esses focos de reprodução. Para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti é preciso remover recipientes com água parada, manter os recipientes de água fechados, como caixas-d’água, limpar calhas e ralos, utilizar larvicidas alternativos, como sal de cozinha e água sanitária, instalar telas em portas e janelas e conversar com seus familiares sobre a importância da prevenção.
A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas inaparentes até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Entre estes, destaca-se a ocorrência de hepatite, insuficiência hepática, manifestações do sistema nervoso, miocardite, hemorragias graves e choque. Esteja atento aos sinais que podem indicar evolução para um quadro mais grave, tais como dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua; vômitos persistentes; hipotensão postural/ tonturas; sonolência ou agitação; sangramento de mucosa; desconforto respiratório. Se apresentar um destes sinais, procure imediatamente um serviço de saúde.
Não há um grupo específico mais suscetível à dengue, pois qualquer pessoa que seja picada por um mosquito infectado pode contrair a doença. Entretanto, idosos com mais de 65 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com comorbidades tem maior risco para evolução para casos mais graves.
Sim, mas a proteção completa só é feita quando os criadouros são eliminados. Além disso, repelentes em spray ou creme precisam ter eficácia contra mosquito Aedes aegypti comprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e serem repassados de acordo com a orientação do fabricante.
A dengue na criança pode ter um quadro febril agudo, com sinais e sintomas inespecíficos, como prostração, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas. Menores de dois anos de idade podem manifestar dor por choro persistente, prostração e irritabilidade. Em crianças maiores, os sinais e sintomas são semelhantes aos observados em adultos, incluindo febre alta, dores no corpo, dor de cabeça, fadiga, irritabilidade, erupção cutânea, dor abdominal e, em casos graves, sinais como sangramento, pele pálida e dificuldade respiratória. A busca por assistência médica é crucial para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Hidratação adequada é fundamental, especialmente em crianças pequenas.
Sim, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para a dengue. O atendimento no SUS inclui a avaliação clínica, exames laboratoriais, medicamentos sintomáticos para alívio dos sintomas e, em casos mais graves, hospitalização. O tratamento busca controlar os sintomas e prevenir complicações.
Dengue na gravidez é assunto sério. A infecção durante a gestação pode apresentar riscos tanto para a mãe quanto para o feto. Os riscos estão principalmente relacionados ao aumento de sangramentos de origem obstétrica e às alterações fisiológicas da gravidez, que podem interferir nas manifestações clínicas da doença. Pode aumentar o risco de ocorrer aborto ou parto prematuro.
As formas graves de dengue são evidenciadas pelas alterações clínicas, como sangramentos, choque ou disfunção grave de órgãos. O hemograma auxilia no diagnóstico assim como outros exames complementares de sangue ou de imagem. A confirmação de dengue é realizada por exames específicos que detectam partículas virais ou anticorpos produzidos pelo organismo contar este agente.
A dengue tem quatro fases:
Incubação: Período entre a picada do mosquito e o início dos sintomas (4-10 dias).
Frebril: Início dos sintomas, como febre, dores e erupção cutânea (2-7 dias).
Crítica: pode ocorrer uma diminuição da febre e dos sintomas, mas alguns pacientes podem evoluir para formas mais graves, com sangramentos, choque ou disfunção grave de órgãos. Esta fase geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia a partir do início de sintomas.
Recuperação: Resolução dos sintomas agudos. Pode persistir fraqueza, anemia por algumas semanas.
As plaquetas podem diminuir, geralmente, na fase crítica da doença, que ocorre entre o 3º e o 7º dia do início dos sintomas. O retorno ao normal é gradual, geralmente entre três e sete dias. Importante a boa hidratação neste período.
A vacina de dose única, desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia nacional, ainda não possui registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), porém demonstrou eficácia e segurança contra os sorotipos DENV-1 e DENV-2 da dengue. Os resultados do ensaio clínico de fase 3, envolvendo 16.235 participantes em 16 centros de pesquisa no Brasil, foram recentemente publicados no periódico científico “The New England Journal of Medicine”. A eficácia geral da vacina foi de 79,6% em participantes sem exposição prévia à dengue e 89,2% naqueles com histórico de exposição.
O Ministério da Saúde enviou para 11 cidades do estado de São Paulo doses da vacina QDenga (Takeda). Todas ficam na região do Alto Tietê, na região metropolitana do Estado. A imunização está sendo feita pelos municípios desde o dia 19 de fevereiro de 2023.
Hoje, o Brasil importa as duas vacinas de dengue licenciadas pela Anvisa. Ainda não existe produção nacional dessa vacina, mas o Instituto Butantan já trabalha com lotes de teste do imunizante com os quatro vírus atenuados, de dose única. Durante testes, a vacina do Butantan evitou a doença em 79,6% dos vacinados ao longo de um período de dois anos, protegendo tanto quem já tinha tido dengue como aqueles sem infecção prévia. Lembrando que a vacina do Butantan ainda necessita de registro na ANVISA para que haja a possibilidade de ser aplicada na população, possibilitando ao país autonomia nacional.
Os vírus da dengue (DENV) estão classificados cientificamente na família Flaviviridae e no gênero Flavivirus. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.
O processo se chama "Sterile Insect Technique" (SIT), ou "técnica do inseto estéril", em português. O método envolve criar e liberar milhares de mosquitos machos incapazes de se reproduzirem. Soltos na natureza, mesmo que eles se acasalem com as fêmeas, serão inférteis e, portanto, não terão prole.
O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes que possam acumular água, como: latas e garrafas vazias, compartimento reservatório de degelo das geladeiras, pneus, calhas, caixas d'água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.
Em temperaturas iguais ou menores de 5° graus a fêmea não resiste e morre e isso também acontece quando os termômetros marcam mais de 40° graus”. Já os ovos do mosquito são de extrema resistência e podem suportar em um recipiente, sem ter entrado em contato com a água, entre 300 e 400 dias.
O tratamento consiste no alívio da dor e da febre ou de quaisquer outros sintomas que causem desconforto ao paciente. Para evitar a desidratação causada pela febre, recomenda-se controlá-la, descansar e beber bastante água. Não existe vacina ou medicamento específico contra este vírus.
Inseticidas geralmente têm efeito sobre as larvas e os mosquitos adultos, não atingindo diretamente os ovos e a pupa. A eliminação de criadouros é crucial para controlar o Aedes aegypti, já que interrompe o ciclo de reprodução e reduz a população de mosquitos.
Embora a dengue e o Zika vírus sejam transmitidos pelos mesmos mosquitos e compartilhem alguns sintomas semelhantes, há diferenças. No Zika, os sintomas, geralmente, são mais brandos ou até ausentes, podendo ocorrer febre baixa, dores musculares leves, dor nas articulações, dor de cabeça, conjuntivite e erupção cutânea. Já na dengue, predominam febre alta, dor retro-ocular, erupções cutâneas, além de dores musculares e articulares.
A infecção por Zika vírus durante a gravidez pode aumentar o risco de malformações no feto, tais como microcefalia e malformações neurológicas, além de aborto, parto prematuro ou óbito fetal. A síndrome congênita do Zika pode causar danos ao desenvolvimento cerebral do bebê.
O maior risco de complicações, como microcefalia, associado à infecção pelo Zika vírus durante a gravidez ocorre no primeiro trimestre, quando os órgãos e o sistema nervoso central do feto estão em desenvolvimento ativo. Embora o risco seja menor no segundo trimestre e ainda menor no terceiro, precauções rigorosas devem ser tomadas em toda a gestação para evitar a exposição ao vírus.
O Zika vírus não é transmitido de pessoa para pessoa como um resfriado ou gripe. Sua principal transmissão ocorre por meio da picada de mosquitos infectados, especialmente do Aedes aegypti. Além disso, pode ser transmitido por via sexual, via vertical (da mãe para o feto durante a gravidez) e por transfusão de sangue ou transplante de órgãos.
A infecção pelo Zika vírus pode causar complicações, especialmente se ocorrer durante a gravidez, podendo resultar na Síndrome Congênita do Zika. Essa síndrome está associada a malformações neurológicas, como microcefalia, e pode afetar o desenvolvimento cerebral do bebê. Em adultos, a infecção geralmente é leve e não deixa sequelas significativas, mas podem ocorrer complicações neurológicas graves. A gravidade das complicações varia, e em casos de suspeita de infecção ou risco, é crucial buscar orientação médica para avaliação e monitoramento adequados.
O vírus Zika é transmitido principalmente às pessoas por meio da picada de um mosquito Aedes infectado. Além disso, pode ser transmitido por via sexual, via vertical (da mãe para o feto durante a gravidez) e por transfusão de sangue ou transplante de órgãos.
A relação entre o Zika vírus e a microcefalia foi observada durante o surto de Zika em 2015-2016 na América Latina. Mulheres grávidas infectadas pelo Zika vírus apresentaram um aumento significativo no risco de terem bebês com microcefalia e outras complicações neurológicas. Essa associação é mais forte quando a infecção ocorre durante o primeiro trimestre da gravidez.
O Zika vírus pode circular em regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo, onde o mosquito Aedes aegypti está presente. Foi identificado pela primeira vez na Floresta Zika, em Uganda, na década de 1940. O surto nas Américas em 2015-2016 atraiu atenção significativa. Além das Américas, o vírus foi relatado em países africanos, no Sudeste Asiático e no Pacífico.
A dengue e Chikungunya têm sintomas e sinais parecidos. Enquanto a dengue se destaca pelas dores no corpo, a Chikungunya se destaca por dores e inchaço nas articulações. Em relação à Zika, esta doença se destaca por uma febre mais baixa (ou ausência de febre), muitas manchas na pele e coceira no corpo.
A dengue e Chikungunya têm sintomas e sinais parecidos. Enquanto a dengue se destaca pelas dores no corpo, a Chikungunya se destaca por dores e inchaço nas articulações. Em relação à Zika, esta doença se destaca por uma febre mais baixa (ou ausência de febre), muitas manchas na pele e coceira no corpo.Caso a gestante esteja infectada com o vírus da Chikungunya no momento do parto, pode transmitir para o recém-nascido. Os quadros clínicos nestes bebês ocorrem em torno de uma semana após o parto e são geralmente graves. Pode ocorrer parto prematuro ou aborto.
Caso a gestante esteja infectada com o vírus da Chikungunya no momento do parto, pode transmitir para o recém-nascido. Os quadros clínicos nestes bebês ocorrem em torno de uma semana após o parto e são geralmente graves. Pode ocorrer também parto prematuro ou aborto.
Exames laboratoriais, como o RT-PCR para detecção de material genético do Zika vírus e testes sorológicos para anticorpos IgM e IgG, são utilizados para confirmar a infecção. Os testes sorológicos para Zika podem apresentar reações cruzadas com dengue.
As lesões de pele causadas pela Chikungunya podem aparecer em adultos como vermelhidão e manchas, e nas crianças pequenas há risco maior de ocorrerem bolhas em todo o corpo. Nos pequenos também é observado maior ocorrência de comprometimento neurológico, tais como quadros de meningoencefalites e convulsões, além de comprometimento cardíaco.
Não ajuda a combater o mosquito transmissor da dengue. A sua utilização não simplifica os cuidados recomendados, que são a eliminação de pratos junto aos vasos de plantas, a colocação de areia até as bordas dos pratos para eliminar a água e lavar pratos com buchas e sabão semanalmente são as melhores alternativas para evitar focos do mosquito.
Não. O mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, circula menos durante períodos mais frios, mas se os criadouros não forem eliminados, os ovos depositados podem permanecer intactos por meses e, quando a estação quente recomeçar, eles vão eclodir, dando origem a um novo ciclo do mosquito.